O Ministério Público Federal no Tocantins, por intermédio da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, instaurou inquérito civil para investigar ameaças relacionadas a conflitos fundiários no Tocantins feitas contra camponeses, defensores de direitos humanos, integrantes da Comissão Pastoral da Terra (T) e de outros movimentos sociais.
Em entrevista ao Conexão Tocantins na semana ada o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal no Estado do Tocantins (Sintsep-TO) denunciou a atuação de pistoleiros a mando de fazendeiros para intimidar o advogado e coordenador da T Regional Araguaia-Tocantins Silvano Lima Rezende. O Sindicato também alertou para a alarmante escalada dos conflitos agrários no Estado do Tocantins.
A situação dos camponeses foi relatada pelo advogado e integrante da T, Silvano Lima Rezende e Edmundo Rodrigues Costa, e pela coordenadora do Centro de Referência em Direitos Humanos, Maria de Fátima Dourado, em audiência com o procurador Fernando Antonio Alves Oliveira Júnior. Além das ameaças recebidas pelos camponeses, Silvano informou que recentemente pessoas desconhecidas em um carro preto o procuraram em sua casa, na qual ele não estava no momento, e permaneceram circulando nas imediações. Desde então, ele tem recebido ligações de celular com número sem que nada seja dito.
Os representantes da T informaram que há apenas uma delegacia agrária no Estado do Tocantins, mas não há promotoria agrária, nem vara especializada. Uma das lutas da Comissão é para que seja criada uma vara agrária em Palmas e uma em Araguaína e a quantidade necessária de promotorias agrárias, o que, segundo a Comissão, melhoraria a repressão criminal e ajudaria a reduzir a violência no campo.