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Meio Ambiente

Desmatamento cai em todos os biomas do Brasil, segundo MapBiomas 5x1z5j

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Foto: Alberto César Araújo/Amazônia Real

Pela primeira vez desde o início da série histórica do MapBiomas Alerta, iniciada em 2019, todos os biomas do Brasil registraram, em um mesmo ano, redução ou estabilidade na área de desmatamento. É o que aponta a nova edição do Relatório Anual do Desmatamento no Brasil (RAD), que será lançada nesta quarta-feira (15/05/2025). Os dados se referem ao ano de 2024 e indicam um recuo de 32,4% na área total desmatada em comparação com 2023.

Segundo o levantamento, foram 1.242.079 hectares de vegetação nativa suprimidos no País no último ano, distribuídos em 60.983 alertas validados. É o segundo ano consecutivo de redução no desmatamento no Brasil — em 2023, a queda havia sido de 11% em relação a 2022.

Entre os destaques, o Cerrado manteve a liderança como bioma mais desmatado do país, com 652.197 hectares, o que representa mais da metade (52,5%) de toda a área desmatada no país em 2024. No entanto, o número representa uma queda significativa de 40% em relação ao ano anterior. A região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) concentrou 75% do desmatamento no Cerrado e cerca de 42% de toda a perda de vegetação nativa no país.

O Maranhão aparece novamente como o Estado que mais desmatou em 2024, com 218.298 hectares, seguido pelo Pará. Juntos, os dois estados concentram mais de 65% do desmatamento no Brasil. Os municípios com maiores aumentos proporcionais no desmatamento estão no Piauí: Canto do Buriti, Jerumenha, Currais e Sebastião Leal.

A Amazônia ficou em segundo lugar, com 377.708 hectares desmatados — o menor número da série histórica do RAD. A região conhecida como Amacro (Acre, Amazonas e Rondônia) registrou queda pelo segundo ano seguido. Apesar disso, o Acre teve aumento de 30% no desmatamento em 2024.

Na Caatinga, houve 174.511 hectares desmatados, com destaque para o maior alerta individual já registrado pelo MapBiomas Alerta desde 2019: 13.628 hectares desmatados em uma única propriedade no Piauí, em apenas três meses.

O Pantanal, por sua vez, registrou a maior redução proporcional de desmatamento: 58,6% a menos do que em 2023. O Pampa e o Cerrado vêm na sequência com quedas de 42,1% e 41,2%, respectivamente. Já na Mata Atlântica, o desmatamento se manteve estável, após forte queda de quase 60% em 2023. No entanto, eventos climáticos extremos no Rio Grande do Sul elevaram as perdas de vegetação nativa no estado em 70%.

As formações savânicas continuaram como as mais desmatadas (52,4% do total), seguidas pelas formações florestais (43,7%).

Nas Unidades de Conservação, a queda também foi expressiva: 42,5% a menos que em 2023, totalizando 57.930 hectares desmatados. A Área de Proteção Ambiental (APA) Triunfo do Xingu, no Pará, liderou com 6.413 hectares. Já nas Terras Indígenas, apenas 33% tiveram registros de desmatamento, com queda de 24% em relação ao ano anterior. A Terra Indígena Porquinhos dos Canela-Apãnjekra (MA) liderou com 6.208 hectares, um aumento de 125%.

Goiás foi o estado com a maior redução proporcional no desmatamento: 71% a menos que em 2023. Também tiveram reduções superiores a 60% o Paraná, Espírito Santo e o Distrito Federal.

Apesar dos avanços, o histórico ainda é alarmante. Desde 2019, o Brasil perdeu quase 10 milhões de hectares de vegetação nativa — área equivalente à da Coreia do Sul. A agropecuária é a responsável por mais de 97% dessa perda. O garimpo concentrou 99% de sua destruição na Amazônia, enquanto 93% da perda associada a empreendimentos de energia renovável se concentrou na Caatinga. Já o Cerrado respondeu por quase metade do desmatamento ligado à expansão urbana em 2024. (Fonte: vocativo.com)